- Acho que já passou o período de crises.
- Crises, guerras e revoluções?
- É, acho que é bem isso. Ao menos internamente...
Às vezes a gente acha que tomar uma decisão é algo difícil.
Na verdade, é bem fácil. É só decidir. A parte difícil é concretizar a decisão,
e seguir concretizando sem perder de vista os objetivos que levaram a decisão.
Mas se arrepender, em alguns momentos, é inevitável. Faz parte do processo de
rupturas, dessas da vida mesmo. Acho que por isso que a definição de “crises,
guerras e revoluções internas” vem bem a calhar.
Se eu soubesse que seria tão difícil, teria feito mesmo
assim, já que não foi o nível de desafio que me fez decidir. Bem, talvez sim.
Mas se dar novos desafios é um importante passo no processo de superação e auto-superação.
Mas se eu soubesse, teria me preparado melhor, digerido a informação. Mas não,
ansiosa que sou, engoli de uma vez achando que não haveria consequências. Pois
bem, uma inevitável indigestão de saudade e dor de choro engolido veio
atrapalhar o bom andar da carruagem.
Mas hoje, na atual situação e conjuntura que vivemos
(pessoal, social, política, mundialmente!), as crises, guerras e revoluções –
as internas e as reais – são inevitáveis, e totalmente necessárias para
passarmos a uma etapa superior do desenvolvimento da história. E da nossa compreensão
da história, além da nossa própria história, aquela pessoal mesmo. Por isso que
tomar uma decisão “revolucionária” não é difícil. O difícil é superar o período
de crises e guerras internas anteriores à enfim revolução! E quem
tanto reivindica a revolução deve estar disposto a passar pelas crises e
guerras.
Uma boa conversa hoje me fez perceber que não só quem toma a
decisão deve estar disposto a arcar com as transformações. Quem não decide, mas
é afetado pela decisão, também tem seu pouco de responsabilidade, e também deve
estar disposto às transformações que forem necessárias, para que as relações
caminhem da melhor maneira possível. Que talvez não seja a melhor e mais
desejada, mas talvez seja a única possível.
Enfim, acho que esse foi o post menos político e mais
pessoal que já escrevi, e talvez ele esteja meio enigmático demais. Mas achei
que tamanha transformação, tamanho turbilhão de sentimentos, sensações, merecia enfim algumas palavras. E é o primeiro post do ano, e esse ano, especialmente, necessitava de algo mais pessoal.
À pessoa com quem compartilhei o diálogo inicial, que rendeu
a necessidade de escrever algumas linhas, o mais especial dos abraços.
E só quem pôde ver o pôr do sol que vi hoje, mais enorme e
laranja que eu já pude ver, pode imaginar a atual sensação – pós crises,
guerras e revoluções internas – de que eu estou exatamente onde eu queria
estar.
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