terça-feira, 21 de maio de 2013

Crises, guerras e revoluções internas


- Acho que já passou o período de crises.
- Crises, guerras e revoluções?
- É, acho que é bem isso. Ao menos internamente...

Às vezes a gente acha que tomar uma decisão é algo difícil. Na verdade, é bem fácil. É só decidir. A parte difícil é concretizar a decisão, e seguir concretizando sem perder de vista os objetivos que levaram a decisão. Mas se arrepender, em alguns momentos, é inevitável. Faz parte do processo de rupturas, dessas da vida mesmo. Acho que por isso que a definição de “crises, guerras e revoluções internas” vem bem a calhar.

Se eu soubesse que seria tão difícil, teria feito mesmo assim, já que não foi o nível de desafio que me fez decidir. Bem, talvez sim. Mas se dar novos desafios é um importante passo no processo de superação e auto-superação. Mas se eu soubesse, teria me preparado melhor, digerido a informação. Mas não, ansiosa que sou, engoli de uma vez achando que não haveria consequências. Pois bem, uma inevitável indigestão de saudade e dor de choro engolido veio atrapalhar o bom andar da carruagem.

Mas hoje, na atual situação e conjuntura que vivemos (pessoal, social, política, mundialmente!), as crises, guerras e revoluções – as internas e as reais – são inevitáveis, e totalmente necessárias para passarmos a uma etapa superior do desenvolvimento da história. E da nossa compreensão da história, além da nossa própria história, aquela pessoal mesmo. Por isso que tomar uma decisão “revolucionária” não é difícil. O difícil é superar o período de crises e guerras internas anteriores à enfim revolução! E quem tanto reivindica a revolução deve estar disposto a passar pelas crises e guerras.

Uma boa conversa hoje me fez perceber que não só quem toma a decisão deve estar disposto a arcar com as transformações. Quem não decide, mas é afetado pela decisão, também tem seu pouco de responsabilidade, e também deve estar disposto às transformações que forem necessárias, para que as relações caminhem da melhor maneira possível. Que talvez não seja a melhor e mais desejada, mas talvez seja a única possível.  

Enfim, acho que esse foi o post menos político e mais pessoal que já escrevi, e talvez ele esteja meio enigmático demais. Mas achei que tamanha transformação, tamanho turbilhão de sentimentos, sensações, merecia enfim algumas palavras. E é o primeiro post do ano, e esse ano, especialmente, necessitava de algo mais pessoal.
               
À pessoa com quem compartilhei o diálogo inicial, que rendeu a necessidade de escrever algumas linhas, o mais especial dos abraços.

E só quem pôde ver o pôr do sol que vi hoje, mais enorme e laranja que eu já pude ver, pode imaginar a atual sensação – pós crises, guerras e revoluções internas – de que eu estou exatamente onde eu queria estar.