sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Tusca, Interunesp, Economíadas, Engenharíadas, Intermed, Inter/íadas qualquer coisa... Até quando?


E lá vem mais um Tusca (Torneio Universitário de São Carlos). Começou ontem. Mal começou e no Corso, sua festa de abertura, já morreu um. Se envolveu em uma briga, foi atropelado. Ano passado morreu um também. Ficou bêbado, caiu no córrego.

Qual será o saldo até o fim, daqui dois dias? Quantas mortes? Quantos estupros? Quantos "Rodeios das Gordas"? Mais um torneio universitário, onde a juventude, ao invés de se divertir, confraternizar, conhecer gente, beber, transar com segurança, expressar sua sexualidade... É oprimida, violentada, reprimida sexualmente ao ter seus desejos e prazeres tolhidos, por não ter condições objetivas e subjetivas de se expressar.

Onde jovens morrem atropelados [Tusca 2011].
Onde jovens morrem porque caem no córrego [Tusca 2010].
Onde jovens quase morrem por "boa noite cinderela" e coma alcoolico [Interunesp 2008 - rendeu 4 dias de UTI].
Onde jovens quase morrem por tomar uma tijolada no rosto [Intermed 2007 - rendeu 3h de cirurgia plástica para reconstrução dos ossos].
Onde jovens são oprimidas, humilhadas, violentadas [Interunesp 2010 - e outros].
Onde jovens tantas outras situações! E eu não estou falando de achismos, estou falando de fatos!

Nesses espaços a visão da "mulher-objeto" é potencializada. Os hinos, as músicas, as "brincadeiras", tudo potencializando o machismo, o racismo, a homofobia mais incrustada na sociedade.

A juventude tem que construir espaços de confraternização conscientes, onde os jovens entrem ansiosos e saiam vivos, felizes, minimamente satisfeitos! Onde haja música, álcool, sexo e nenhum tipo de opressão, nem mortes!! Onde haja cultura, onde haja arte, onde haja vida! Onde haja o forte combate ao machismo, ao racismo, à homofobia, não só nesses espaços, mas em toda sociedade. Onde se possa expressar livremente sua sexualidade, sem ser oprimido, sem ser censurado, sem conservadorismos e moralismo burguês.

Onde se possa dançar uma música, e também discutir a Primavera Árabe.

Onde se possa assistir a uma esquete teatral, e também reivindicar a abertura dos arquivos da ditadura.

Onde se possa ver apresentações circenses, e também analisar as mobilizações chilenas.

Onde se possa ficar xapado, e também debater o Lulismo.

Onde se possa fazer sexo, e também conversar sobre sexualidade.


Pois então reivindico veementemente espaços como o I "Festival Interunesp contra as opressões", realizado no fim do ano passado, na Unesp de Marília. Uma resposta política ao grotesco "Rodeio das Gordas". Um espaço para a expressão da arte, do lazer, da confraternização. Um espaço para discussão política. Um espaço livre de opressões. Um espaço onde a juventude entrou viva e consciente, e saiu viva, consciente e feliz!

Avante juventude! Pelo seu direito ao lazer, pelo seu direito de ser jovem!